Salvador. Na convenção do PSDB que homologou seu nome como candidato à Presidência da República, o ex-governador José Serra criticou duramente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT para marcar posição em relação a sua principal adversária, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT). O ex-governador Aécio Neves também atacou Lula.
Sem citar nomes em nenhum momento, Serra fez críticas aos "neocorruptos" e disse que não tem "esquemas ou esquadrões de militantes pagos com dinheiro público". "Quem justifica deslizes morais dizendo que está fazendo o mesmo que outros fizeram deve merecer o repúdio da sociedade. São os neocorruptos", afirmou.
Serra começou seu discurso na convenção nacional do PSDB, em Salvador, afirmando que aceita a indicação e arrancando aplausos da plateia. A primeira parte do discurso foi dedicada às críticas ao atual governo.
Serra afirmou que "honestidade não tem que ser programa de governo, mas obrigação".
Em uma referência à política externa, Serra disse que acredita "nos direitos humanos dentro do Brasil e no mundo". "Não fica bem elogiar ditadores de todos os cantos do planeta", afirmou.
O tucano defendeu a liberdade de imprensa e a democracia e fez menção a escândalos ocorridos na gestão Lula. "Acredito no Congresso como a principal arena do debate político e não como arena de mensalões, de compra de votos", disse.
Em outro momento, fez referência indireta ao presidente Lula utilizando o exemplo de outro Luiz, o rei francês iluminista Luís XIV.
"O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou para trás há mais de 300 anos. Luís XIV achava que o Estado era ele. Nas democracias e no Brasil não há lugar para ‘luíses’ assim". Antes dele, o ex-governador mineiro Aécio Neves disse, em seu discurso na convenção, que o país não foi a "construção solitária de um messias". Otimista, Aécio convocou a população a "ocupar as praças" do país e pediu um "basta" no aparelhamento do Estado.
Serra também utilizou o discurso para apresentar seu currículo e suas propostas. Prometeu acabar com a miséria e reivindicou o crédito pelo Bolsa Família para o governo FHC, dizendo que irá ampliar o programa.
Em relação a Dilma, o tucano ressaltou que não caiu de "paraquedas" na política e avisou: "comigo, vocês não vão ter surpresas. Tenho uma cara só", disse.
Curiosidades
Quórum. Um público estimado em 5.000 pessoas acompanhou a convenção do PSDB em Salvador.
Repetição No discurso, Serra citou 13 vezes a palavra "acredito" para se diferenciar do governo Lula e do PT. Também citou nove vezes "necessidades e esperanças", que considera serem objetivos da "maioria dos brasileiros".
Fonte: http://www.otempo.com.br/
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