A Revista NOVA ESCOLA trouxe na edição de março um texto onde podemos refletir, e porque não debater sobre esses temas apresentados no dia a dia nas comunidades escolares. Abaixo vou reproduzir o texto inicial da reportagem na íntegra. Já nos próximas dias vou apresentar os 15 mitos, que segundo uma pesquisa com especialistas e educadores diz que são idéias que jogam contra o ensino. Convido a você, cidadão ou profissional da área que realmente tem interesse pela educação, a refletir sobre o tema, pois vale à pena analisar como esses mitos podem interferir dentro da escola.
Na antiguidade, os gregos criaram os mitos para explicar o inexplicável, como os fenômenos da natureza. Raios e trovões, por exemplo, eram mandados por Zeus, o deus do céu. Ainda hoje existem mitos, muitos deles não por falta de explicações científicas, mas pelo desconhecimento sobre elas. No mundo da Educação, isso é recorrente e conceitos equivocados e sem comprovação são difundidos e reforçados para justificar algumas práticas.
Um dos principais é o de que criança pobre não aprende, surgido em resposta à universalização do ensino no Brasil – a chegada à escola das camadas mais pobres da população, até então privadas desse direito. Sem acesso à leitura, à informação e a manifestações artísticas no meio familiar, o capital cultural, nas palavras de Pierre Bourdieu (1930-2008), grande parte desses alunos é condenada ao fracasso escolar. De fato, esse repertório facilita a aprendizagem, mas não é determinante para o destino deles.
Em pleno século 21, não é mais possível crer que o pouco acesso a bens culturais, a pobreza e a falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos sejam decisivos para a não-aprenndizagem – e levem à reprovação. “Se as crianças vivem em condições mais duras, cabe justamente à escola compensar esse problema”, diz Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC). A ciência mostra que todos podem aprender. Ao longo do século 20, muitas pesquisas foram feitas para entender melhor o desenvolvimento da inteligência, a forma como a criança aprende e os meios de potencializar o trabalho em classe.
O desconhecimento sobre os resultados desses estudos também alimenta os mitos que povoam nossas escolas. A importância da interação em sala de aula, por exemplo, que coloca o aluno como protagonista no processo de aprendizagem, ainda está distante da realidade.
Os saberes disponíveis hoje podem ajudar você, educador, a enfrentar problemas como a repetência e a indisciplina. “Precisamos desenvolver práticas pedagógicas que permitam ensinar todos. Afinal, aprender é um direito constitucional. Não se trata de fazer mais do mesmo, mas oferecer um ensino diferente. Os alunos agora são outros”, diz José Francisco Soares, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Fonte: Revista Nova Escola
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